sexta-feira, 25 de junho de 2010

Loucuras Previsíveis

O Socorro necessário

“Foram depositados em 24 de junho de 2010, "a título de adiantamento", R$ 550 milhões a Pernambuco e Alagoas - R$ 275 milhões para cada -, para serem investidos em alimentação, água, saúde e reconstrução. De janeiro ao dia 16 deste mês, a União liberou R$ 535 milhões para todas as outras tragédias.

O volume é mais de três vezes superior aos R$ 143,7 milhões gastos com prevenção de desastres ambientais ao longo de 2009. Supera ainda em sete vezes os R$ 70,6 milhões liberados este ano com ações preventivas e é quase metade da soma - R$ 1,2 bilhão - que a União despendeu no Brasil inteiro para desastres e reconstrução.
Fonte : www.estadao.com.br

A Loucura Previsível.

Foi na cidade União dos Palmares, conhecida por ser a terra de Zumbi dos Palmares que aconteceu a maior tragédia com as enchentes no Nordeste.


Entre a destruição, mortes e flagelo dos desabrigados, chama a atenção a imagem de tanques de álcool da Usina Laginha, que foram levadas pelas águas e aumentaram a destruição por onde passaram, reproduzindo um cenário de guerra.

As imagens amplamente divulgadas pela mídia, não deixam dúvida de que a ocupação urbana e a localização da USINA, tão próxima do Rio Mundaú eram temerárias, pois encontravam-se em áreas de Preservação Permanente _ APPs.

A usina é de Propriedade de João Lyra empresário do setor sucroalcooleiro, político filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e pai da Thereza Collor.

Foi Deputado Federal pelo estado de Alagoas, Senador Suplente e candidato ao governo do estado de Alagoas.

Na internet, no Wikipédia, é possível acessar sua biografia que menciona:


"Acusado de ter dado os tiros que matou o funcionário público, um ex-policial atribuiu o mando do crime a João Lyra e disse que recebeu R$ 48 mil pelo assassinato.

Não seria o primeiro crime cometido pelo empresário, segundo as acusações do mesmo ex-policial. Ele afirmou que o deputado teria assassinado um sargento que seria amante de sua ex-esposa, no início da década de 90. "


É um cenário de guerra?


As imagens são difíceis de acreditar, tratores retiravam a lama acumulada, cidades destruídas, uma desolação total.


Até os soldados do exército que chegaram para socorrer ficaram espantados, agora ninguém tinha dúvida.

É um cenário de guerra?

Primeiro uma guerra silenciosa, das pessoas construindo a cidade próxima ao rio, depois a chuva e as pessoas sem nada.

Como explicar tanta miséria, tanta destruição?

Alguns acham que tudo não passou de uma lição ou um castigo divino, falta de reza ao padrinho Padre Cícero. Entre histórias, uma coisa é certa a capacidade dos políticos de se colocarem diante de seu próprio ridículo e crueldade.

"Para meus amigos tudo, para meus inimigos, a lei;
se assim não der, acabe com a lei."


É uma Guerra.


O número de desabrigados é grande e a desgraça costuma atrair gente de todo tipo, assim com não poderia deixar de ser, políticos e mais políticos, acreditam ser sempre bom aparecer nessas horas.

O mundo deles não é o mesmo do nosso, sujeito a chuvas e trovoadas; no lugar onde moram, os homens se beneficiam da insensatez, da hipocrisia e sabem manipular
tudo ao seu favor. Conhecem a fundo seus manipulados, suas fantasias e esperanças de querer viver como no comercial da TV.

A fantasia do intervalo da novela, lava a alma e autoriza a esculhambação da vida real do dia seguinte, assim vamos deixando a justiça, as reivindicações para o dia seguinte.

Entre um capítulo e outro, na pressa de chegar em casa, não dá para prestar atenção que a nossa indiferença autoriza a destruição bem articulada pelo descumprimento da lei que protegeria todos da violência das águas.

Mas não, a novela é mais importante, empurramos o dia a dia fazendo vistas grossas com a desgraça dos outros, que por sorte não é a nossa.

Mas não, a novela é mais importante, empurramos o dia a dia fazendo vistas grossas para a ocupação das encostas e das margens ao longo dos rios e córregos.

Como o povo, sempre precisa de tudo, este tudo pode ser o quase nada, e deixam tudo a mercê da sorte até o pior acontecer.

Sabidamente, nesta hora, aparecem oportunistas para tirar proveito do infortúnio dos já desafortunados.

Qual será a cara deles se lhes for perguntado sobre o desdém anterior, previsível, da precaução ambiental e do respeito às leis?

Bem, pelo andar da carruagem, eles, todos, não importa o partido nem crença ou religião, todos, literalmente todos vão ficar quietinhos e deixar as águas baixarem.

Dirão que agora não é um bom momento para se pensar neste assunto e que são muitos desabrigados.

A verdade é: sempre vale a pena arriscar, desafiar o ecossistema pelo “desenvolvimento econômico”.

A verdade é: as catástrofes, assim como as guerras, estimulam a chegada de dinheiro e a construção civil.

Esta prática é antiga, políticos e empreiteiros ficam doidos só de pensar nas verbas depois da desgraça alheia.

A verba, onde e como será aplicada?


Não é um assunto em pauta, o importante que a grana estará disponível e pode alimentar mais uma vez a máquina da insensatez coletiva; o mesmo e velho modelo de urbanização, se é que podemos chamar assim esta ocupação desenfreada das áreas de risco ambiental.

A exclusão de muitos, em benefício de poucos, socorre tudo depois da tragédia, sobretudo políticos em ano eleitoral, “mostra ação e sensibilidade, mas não, ninguém se toca para a falha gerencial", como bem criticou o diretor da ONG Contas Abertas, Gil Castelo Branco.

O Sr. João Lira, assim como outros também serão beneficiados.

Com a palavra o relator do projeto de mudança do código Florestal, Sr. Aldo Rebelo e outros que querem alterar uma lei que quase nunca é respeitada, gerando desgraças e mais desgraças, mas que se fosse respeitada evitaria o pior.

Se temos um futuro de incertezas, temos um passado de realidade que a novela e o canavial moderno não mudam, respeito as leis.


2 comentários:

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  2. Gostaríamos de lembrar a todos que este Blog trata das questões ambientais.
    Desta maneira, os comentários que não forem pertinentes serão retirados.
    Entretanto, gostaríamos de agradecer a todos que até aqui chegam à procura de informação.
    Se nossos leitores, se interessarem por outras questões, poderão de forma democrática usar o link de acesso disponível.

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