segunda-feira, 5 de julho de 2010

Um NEANDERTAL entre nós e o Código Florestal

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Embora a seleção artificial seja considerada um mecanismo de evolução, promovida pelo homem, numa seleção direcionada através da genética, objetivando determinados resultados para a variação de “linhagens”, os biólogos diferenciam "linhagem" de "raça"; atribuindo à linhagem o resultado da seleção artificial e à raça os resultados da seleção natural.

Esta diferenciação se justifica pelo fato da raça, incorporar características bastante heterogêneas além de fatores geográficos; já as linhagens, devido aos processos seletivos provocados pelo homem, objetivam resultados homogêneos.

Se, observarmos a evolução natural dos hominídeos modernos, somos o resultado de padrões impressos no DNA e comportamentais adquiridos. Os padrões comportamentais são advindos do sistema cultural, de produção de alimento e geração de energia, passados de geração a geração através do comportamento apreendido determinado pela seleção natural.

As informações hereditárias, segundo pesquisas recentes, seriam uma contribuição da natureza (genes) e de aprendizado (cultural); entretanto, os fatores culturais seriam capazes de provocar variações na leitura do gene sem modificar o código de DNA.

O padrão codificado por um determinado gene, possuiria controles similares aos das imagens de TV: alteração de brilho, cor, intensidade ou contraste. Estudos de síntese de proteínas revelaram que, pode-se criar mais de duas mil variações de proteínas a partir de um mesmo padrão genético.

Com isto, os estudos atuais, repudiam o determinismo genético, crença de que os genes determinam os fenótipos físicos e comportamentais, embora seja bem estabelecido que a maior parte da variabilidade fenotípica seja fortemente influenciada por genes, é evidente que o ambiente também desempenha um papel importante.

Podemos refletir então para alem das verdades do nosso DNA, passado por meio dos genes, e afirmar que podemos controlar nosso destino, o DNA está sujeito a alterações do meio ambiente e somos influenciados por ele.

As mais recentes investigações do genoma do hominídeo NEANDERTAL, uma forma humana que morreu há cerca de 30.000 anos, indicam que suas marcas foram deixadas no genoma de alguns seres humanos modernos.

O HOMEM de NEANDERTAL teria sido um caçador puro que cruzou com os homens modernos. Estudos comparativos, da seqüência genética entre o hominídeo extinto e os atuais permitiram descobrir onde estes se diferenciam e onde se aproximam do homem atual.
[1]

Segundo os cálculos dos pesquisadores, entre um e quatro por cento do DNA de muitos seres humanos que vivem hoje é originária do NEANDERTAL, pois coabitaram o mesmo espaço, onde hoje fica a atual Europa.

Para efeitos de análise, os pesquisadores também seqüenciaram os atuais genomas humanos da Europa, Ásia e África, e os compararam com os do NEANDERTAL. Curiosamente descobriram que: os NEANDERTAIS demonstram possuir uma relação maior com os Homens modernos.

Logo, somos resultado do cruzamento do NEANDERTAL e HOMO SAPIENS, o que nos força a refletir sobre a extinção do primeiro, num momento importante para o homem atual. Estamos prestes a romper a barreira da evolução seletiva imposta pela natureza, e não muito preparados para enfrentarmos uma evolução genética-cultural, algo entre evolução natural e artificial provocada por nós.

Os hominídeos atuais, numa combinação de ganância e sobrevivência, promovem riscos, com conseqüências graves de todas as ordens que poderão anular as chances de redução dos efeitos devastadores sobre o planeta com o descontrole ambiental.

Como cada hominídeo sobrevive com aquilo que tem e sabe fazer, é de se esperar que muitos bilhões morrerão com as alterações ambientais, aumento do nível do mar, redução das áreas de produção agrícola e aumento da temperatura.

Numericamente somos muitos, a disputar o mesmo planeta com um padrão cultural de ganância e a enfrentar a seleção natural provocada pelas oscilações extremas do clima. Podemos imaginar que serão muitas as ondas migratórias, as alterações ambientais e os desafios de sobrevivência.

Fazendo uma reflexão sobre a nossa parte NEANDERTAL, poderemos mais uma vez estar equivocados na estratégia de sobrevivência, quando em competição com o HOMO SAPIENS acabaram extintos. Provavelmente, fizeram usos equivocados de estratégia de sobrevivência, o que os levou a extinção, logo: muitos hominídeos atuais, agindo como caçadores vorazes em busca da sobrevivência, desprezando a parte racional e lógica, podem caminhar para o mesmo fim.

Na luta entre músculos e cérebro, mas uma coisa é certa, teremos que fazer uma parceria que implique em mudança de comportamento, e isto requer inteligência e não músculo.

Mesmo assim, as dúvidas são muitas, e todas recaem sobre a capacidade de gerenciar e administrar uma evolução gene-cultural mantendo o equilíbrio com ampla riqueza ambiental.

Com tantas incertezas, parece que não somos capazes de parar a evolução artificial a que nos impomos, modificando continuamente o planeta e afetando a seleção natural.

Sabidamente alguns sobreviverão à seleção induzida culturalmente, que mais uma vez não contará com a solidariedade de vizinhos, já que o cenário é de competição, onde não faltará fome, tensões internacionais, terrorismo, instabilidade política, econômica, extinção de grande parte das espécies animais e vegetais.

A novidade é que a seleção ambiental dos hominídeos do futuro será induzida pela tecnologia e cultura humana do presente. Assim poderemos ser capazes de alterar racionalmente o futuro se agirmos de maneira racional o suficiente”.[2]

Poderemos competir com os universos dos micróbios, ou valeria mais a pena alterar o comportamento cultural de esgotar os recursos e seguir adiante?

As respostas a estas questões não passam certamente pela fantasia única de riqueza econômica e desenvolvimento de musculaturas, base do modelo atual capaz de minar qualquer aferição cuidadosa na busca na direção inteligente e realista.

Parece que muitos preferem apostar na estratégia NEANDERTAL, de músculos sobre a inteligência do Homo Sapiens.

Nós Brasileiros, temos um representante da linhagem NEANDERTAL de fazer inveja a qualquer EUROPEU, já que os neandertais se encontram extintos por lá.

Por aqui chegaram com a expansão marítima e proliferaram, aprenderam a ler, escrever e cultivar, agora estão querendo eliminar de vez o HOMO SAPIENS.

"Dominando a política e fazendo projetos de larga destruição."

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[1] Pesquisadores do Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology em Leipzig apresentam um primeiro rascunho da seqüência do genoma do Neandertal. (Science, 07 maio de 2010)

[2] Revista Scientific American Brasil – Singularidade Humana e o Futuro – Lawrence M. Krauss – pag 21 junho 2010

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