A destruição ambiental, prevista na hecatombe que ocorrerá, com a aprovação da proposta para o novo código florestal, só vai aprofundar o cenário do ter sobre o ser, quando um homem domina o outro por meio do conhecimento dos métodos de convencimento como os poderosos meios de comunicação.
Para assumir uma posição legítima, a propaganda, o marketing e outras ferramentas de venda de imagens e idéias, são usadas de forma direta ou indireta, para impingir os desejos e escamotear interesses de grupos ou indivíduos.
A produção direcionada, feita sob encomenda, de uma maneira geral, se afasta da qualidade cultural, da crítica e do conteúdo, e se aproxima da falta de reflexão e objetiva cada vez mais uma população acomodada e menos preparada para administrar seus desejos.
Ser rico e famoso tem enorme sentido simbólico na sociedade, através dele, consegue-se poder e visibilidade perante a sociedade e se faz a conexão entre os ideais dos dominantes.
A visibilidade proporcionada pela propaganda, abre as portas para o poder simbólico do dinheiro, necessário para a manipulação dos pensamentos individuais e coletivos.
Possuir acesso a mídia é se transformar em próprio capital, ainda que não se deseje ser proprietário do meio de comunicação, políticos, “artistas” e atletas conhecem as conseqüências deste poder.
Na sociedade brasileira, figuras que deveriam cuidar do bem comum e serem referencia e modelo para honestidade e pela preservação da moral, fazem infelizmente o contrário, dominados pelo poder econômico cedem suas imagens em detrimento da ética, do conviver coletivo e da qualidade de vida.
Enfim, estamos nos deixando domesticar e aceitamos as coisas como nos impõem, não enxergarmos como poderiam ser e a cada dia estamos nos tornando em seres impotentes para defender nossos sonhos interiores.
A falta de julgamento facilita o acesso à novidade, disfarçando conteúdos e objetivos únicos fazendo-os sempre parecerem diferentes, de forma a deixar o consumidor satisfeito. Você agora só vale por aquilo que compra ou pode comprar, para isto o Marketing surge como instrumento para atender aos seus desejos. Ser rico e famoso, ter objetos e aparência que dificultem o julgamento objetivo.
O Marketing é a ferramenta para adaptar tudo a uma “realidade fabricada” para alargar o poder do produto redesenhado, dificultando o reconhecimento real de maneira a facilitar o convencimento.
Neste jogo de poder do objeto, vale enaltecer a própria imagem, porém também o de desfigurar a imagem do adversário, assim:
Mata-se a boa música, o bom livro, a boa exposição, os bons artistas e o meio ambiente.
Gente acorda?
Está na hora de ler um bom livro, assistir a um bom filme, ir a boas exposições e dar espaço para bons atores fazerem bons espetáculos, e deixar de fazer só o que o marketing manda.
Educação é uma ação emergencial, mas a cultura é preventiva e a arte fundamental, sob a influência do marketing, a ciência controladora da vontade, a sociedade atrofiou o prazer de existir, estimulada pela utopia do possuir.
O absurdo modelo aprofunda a criminalidade e delinqüência da maioria da população carente brasileira, com famílias em frangalhos, escolas públicas abandonadas, estado falho e a destruição cultural.
Podemos imaginar como será o Brasil após a modificação do Código Florestal?
Claro, se a índole destruidora dos defensores da manutenção do modelo de exploração da natureza se confirmar após o breve descanso do período eleitoral.
Mas tal não acontecerá se, como esperam todos aqueles que querem colaborar com o processo de depuração global ora em andamento, ficarem atentos aos candidatos de ficha limpa de toda a espécie, começando pela ambiental até a ficha criminal.
Os ambientalistas deixaram de lado sua linguagem ingênua, mas o resto do mundo não. Dos cantos do mundo todos convergiram para o Marketing, com expressões de “desenvolvimento” de “ecologia” e “turismo”.
Ora, sejamos objetivos, sejamos honestos. O mundo implodirá de vez se forem mantidas as portas fechadas para alteração deste modelo de sociedade de consumo e são poucas as pessoas empenhadas em entender o imenso campo minado em que se transformou o planeta em todos às áreas para atender a um único objetivo: O do Mercado.
Os esforços feitos até agora para reduzir o perigo, só fizeram baixar um pouco o patamar da velocidade de destruição.
Nada, além disso.
A indiferença e o aperfeiçoamento do arsenal de destruição, com absoluta nitidez passa pela destruição ambiental e destruição cultural.
Mais uma vez, a sociedade brasileira colherá o que semear.
Se deixarmos esta discussão para depois das eleições, corremos o risco de termos “representantes” que podem aumentar a destruição e mais uma vez enveredaremos pelos caminhos sem volta, como já o fizemos em outros momentos da nossa história.
ESTELIONATO SÓCIO AMBIENTAL?
ResponderExcluirComo acabar com esta situação na qual ricos e médios obtém vantagens injustas em prejuízo dos pobres?
Quer saber qual é a verdade e como fazer para PRESERVAR de forma Sustentável?
Assista os 4 vídeos no You Tube das Reportagens do GLOBO RURAL de 12out08. Link para “Serviços Ambientais em Extrema – Parte 01/04”
http://www.youtube.com/watch?v=cX7t9erR1OM&feature=related
Preservação é fundamental, mas tem que ser Justa e Eficiente, com Preservação e Ocupação Sustentáveis: manter obrigatórias as RLs (Reservas Legais) e APPS (Áreas de Preservação Permanente); estabelecer qual é o OBJETIVO da RL e de cada APP; avaliar de forma racional, técnica e científica os limites necessários e compensações para atingir o objetivo em cada local específico; prover justo PSA (Pagamento pelos Serviços Ambientais).
Ciro Siqueira percebeu que o termo ESTELIONATO AMBIENTAL, usado pela Marina Silva se referindo ao projeto do novo Código Florestal, na verdade se aplicaria na LA (Legislação Ambiental). Ver no link:
http://cirosiqueira.blogspot.com/2010/07/marina-tem-razao-o-codigo-florestal-e.html
O Estelionato é previsto no art. 171 do Código Penal: “Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:”
Parece agir com hipocrisia alguém que se intitula ambientalista e diz ter preocupação social, mas defende a atual LA que na realidade configuraria um ESTELIONATO SÓCIO AMBIENTAL: “alguns chamados ambientalistas, querem obter para si e outros, a maioria nas classes média e rica, vantagem injusta, em prejuízo dos chamados ruralistas, a maioria na classe pobre, induzindo a Sociedade em erro mediante artifícios, manipulação de informações e da opinião pública, encobrimento de interesses e da realidade, nada louváveis, sob a louvável bandeira da Preservação”, como tentamos demonstrar a seguir:
1) alguns chamados ambientalistas induzem em erro, pois:
I) afirmam que a atual LA é das mais avançadas do mundo, omitindo que ela NÃO É SUSTENTÁVEL e é Inaplicável, pois é Socialmente Injusta, Arbitrária, Irracional, Infundada, Ineficaz, etc.
II) omitem que a LA pune quem Preservou ao impedir o uso econômico de áreas preservadas, enquanto premia quem Desmatou ao permitir o uso nas áreas desmatadas;
III) omitem que a LA inviabiliza a ocupação residencial sustentável nas periferias das cidades, induzindo os pobres à uma ocupação ilegal e descontrolada, levando à favelização e devastação total;
IV) omitem que o Código Florestal de 65 impôs aos donos de terras (que eles achavam que eram ricos latifundiários) o ônus de Preservar ante a incapacidade, pela pobreza do Poder Público, sendo que isto é injusto e indevido, pois baseado em premissas falsas uma vez que o Poder Público é rico, apenas gasta mal, e os crucificados donos de terras, os atuais ruralistas, são formados por mais de 80% de pequenos agricultores pobres;
V) etc;
2) os outros privilegiados que obtém vantagens injustas são os das classes média e rica, localizados nas áreas urbanas:
I) estes privilegiados são os reais causadores da devastação, poluição, aquecimento global, etc, pois ninguém produz se não houver quem compre;
II) estes privilegiados também tem obrigação de Preservar, mas não a cumprem; nunca respeitaram a LA em suas propriedades urbanas e continuam não respeitando nos novos empreendimentos;
III) estes privilegiados tem poder econômico para pagar o CA (Custo Ambiental) de cada produto que consomem, ou seja os SAs (Serviços Ambientais) que usufruem e necessitam para compensar o impacto ambiental causado pelo seu consumo, mas nada pagam.
3) os prejudicados que sofrem o prejuízo, são os chamados “ruralistas”, mais de 80% pobres, que tem áreas a serem preservadas praticamente confiscadas, pois não recebem valor justo pelos Serviços Ambientais prestados principalmente aos médios e ricos;
A ATITUDE CORRETA É MUDAR A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL:
ResponderExcluir1) todo produto contenha no rótulo o seu CA (Custo Ambiental), a ser pago pelo consumidor, gerando recursos para um FA (Fundo Ambiental);
produtos básicos podem ser subsidiados por supérfluos;
é justo, pois cada um paga na proporção de seu próprio consumo;
já há recursos da cobrança pelos usos da água, FEHIDRO, etc;
2) o Estado, representando os consumidores e a Sociedade Beneficiada, administre o ônus da Preservação usando o FA para PSA (Pagamento dos Serviços Ambientais);
é justo que o possuidor receba um valor coerente com a importância da Preservação, pelos SAs prestados pelas obrigatórias RLs (Reservas Legais) e APPS (Áreas de Preservação Permanente) em áreas particulares, assim como pelas voluntárias RPPNs (Reservas Particulares do Patrimônio Natural).
I) com o PSA passaremos a ter DIREITO AOS “RECURSOS ESTRANGEIROS” (créditos de carbono, etc), mas com a atual LA, NÃO TEMOS;
II) premiar quem preservou por meio do PSA retroativo e não punir quem desmatou, pois produziu e produz produtos que também necessitamos;
3) prever a expansão urbana para a classe pobre nas periferias urbanas de forma legal, controlada e sustentável, preservando APPs e RLs num total de 50% da área; criar mecanismos que permitam a ocupação residencial vertical nos casos em que as APPs e RLs excedam 50% da área;
4) estabelecer qual é o objetivo da RL e de cada APP, com mecanismos racionais para avaliar de forma técnica e científica os limites necessários e compensações para atingir o objetivo em cada local específico.
ESTÁ CRIADO UM CÍRCULO VIRTUOSO
1) conscientiza o consumidor e os produtores induzindo o investimento em tecnologias limpas reduzindo o Custo Ambiental dos produtos, reduzindo a devastação, a poluição, o aquecimento global, etc;
2) conscientiza e induz os particulares a Preservarem as RLs e APPs e a criarem RPPNs;
3) resolve o problema de expansão urbana;
Isto acaba com esta polêmica e com este Estelionato Ambiental, pois atende os ambientalistas de verdade e também os chamados ruralistas.
Vinícius Nardi, por uma Preservação e Desenvolvimento Justos, Sustentáveis e Eficientes.
v.nardi@ig.com.br
Como todos os erros trazem conseqüências para a vida e para a formação das novas gerações, por termos tomados decisões diferentes das que deveríamos tomar; temos conhecimento e estamos relutando em assumir as responsabilidades ambientais necessárias.
ResponderExcluirFazer opções de melhorias ambientais e menos consumistas e não colocar a culpa nos outros, É UMA VIRTUDE.
Ao invés de melhorarmos a aplicação das Leis, a proposta de alteração do Código Florestal premia o erro, e mais uma vez, deixaremos a herança da coisa mal resolvida.
Como sociedade, temos perdido chances de ver adiante e enfim tomarmos as rédeas da história.
Hoje os tempos são de avaliação ecológica, com oportunidades de desenvolvimento de novas tecnologias e pensamentos, tempo de crise do modelo de “modernidade” que se iniciou na média idade média ( segundo alguns autores), passando pelos métodos utilizados na extinta URSS, nos EUA, na Europa e mais recentemente de forma catastrófica na China.
(continua no comentário abaixo)
Parabéns ao companheiro Aldo Rebelo, é isto mesmo, vamos repetir o que nosso grande partido fez, dane-se, desenvolvimento a qualquer custo, vamos fazer no Brasil o que fizemos com o mar de Aral para alimentar a Rússia, secamos tudo, tiramos suas águas, matamos seus peixes, poluimos o ar com nossas indústrias bélicas, é isso, vamos copiar a China que cresce a 10% aa, às custas da destruição ambiental, quando o seu povo sofre com tempestades de areia, poluição do ar, falta dágua e esgoto a céu aberto.
ResponderExcluirVermelhos, os olhos estão vermelhos (cor do partidão) de poluição e de choro.
É isto aí, danem-se as exigencias dos compradores dos nossos produtos, que querem certificação ambiental, nós não precisamos deles, somos autosuficientes e ficaremos como o avestruz.
É isto aí, danem-se os catarinenses, os alagoanos, os pobres, quem mandou morarem em áreas de encostas e nas margens dos rios, não é companheiro?
Gostamos de copiar os erros dos outros em vez das qualidades, e desta maneira, muitas daqueles que não defendem o meio ambiente gostam de justificar suas ações com os erros dos outros e usar os necessitados.
ResponderExcluirÉ evidente que o socorro aos mais necessitados deve ser uma grande preocupação. A questão é saber diferenciar desculpas aos erros cometidos e reafirmações de estruturas e valores ultrapassados, para, no futuro nossos filhos e netos não lastimem pelo que não fizemos, no tempo e em tempo o que deveríamos ter feito.
Na verdade, parece que em alguns momentos se pretende justificar todos os erros através da alteração do código florestal reforçando nosso mal crônico de não respeitarmos as leis e sermos poucos sensíveis às mudanças.
A questão dos agronegócios e do desenvolvimento que eles promoveram, mas deixaram e continuarão deixando um enorme passivo social e ambiental.
Entretanto, não parece lógica a defesa do desenvolvimento sustentável, quando se prega a diminuição das áreas de preservação contrariamente ao que determina o atual Código Florestal. São áreas essenciais também nos meios urbanos, vide as catástrofes recentes, para a manutenção da qualidade de vida, biodiversidade, conectividade, abastecimento de água, controle climático e prevenção de acidentes ambientais; são primordiais para a produção nos meios rurais, dispensando inclusive qualquer comentário, pois, já foram sobejamente estudadas por especialistas de diversas áreas do conhecimento.
Deste modo, se fossem traçadas melhorias na aplicação das atuais leis ambientais, estaríamos edificando os fundamentos de um desenvolvimento harmonioso, com menos gastos supérfluos com idéias historicamente atrasadas, e certamente proporcionaríamos a todos os brasileiros meios mais adequados de se viver.
Não se opta, porém, por essa solução mais racional e o resultado é esta energia toda, a serviço do desequilíbrio ambiental fortemente impregnada dos valores coloniais. Seria mais simples oferecer condições ambientalmente corretas e coniventes com os atuais desafios mundiais.
Se assim o fosse, com certeza estaríamos agora pensando de forma a favorecer os mais necessitados com a melhoria na eficiência da indústria, melhoria na educação e outros quesitos pertinentes na competição econômica global. Toda energia e dinheiro gastos poderiam se voltar para estimular o espírito coletivo e iniciativas de empreendedorismo, exploração racional dos recursos naturais e também incentivos fiscais.
Parece porem que é necessário fazer um combate anterior, de importância máxima, fundamental: o da Educação e o da Cultura.
As questões de preocupação ambiental, só seriam compreendidas se tivéssemos noção clara aonde nosso atraso estrutural se assenta, todo ele, na manutenção do atraso histórico, escolar e cultural. Enquanto mantivermos esta mentalidade de tirar vantagem, estaremos amputando as futuras gerações e emperrando o desenvolvimento dos indivíduos como cidadãos do seu tempo.
Claro que este atraso, social e de mentalidade, não tem que constituir como uma fatalidade que continuará a nos marcar ao longo de mais gerações. Mas será preciso ter espírito aberto e idéias suficientemente arejadas para propor transformações, de forma séria, soluções com boas perspectivas de futuro, no seu conjunto, a tornarmos mais dinâmica e empreendedora perante os novos desafios, bem longe da proposta simplista e imediatista de alteração do código.
Essa reviravolta, contudo, precisa ser motivada e conduzida por alguém que esteja em condições de, pelo seu exemplo de vida e de comportamento social, profissional e cultural, levar a que as pessoas o queiram imitar tanto quanto possível, não externada pela comunidade ruralista e muito menos na proposta do Deputado relator.
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Quero agradecer a participação do Vinícius Nardi pela disposição ao debate.