terça-feira, 27 de abril de 2010

Tudo é feio a sua volta


A cidade, para a maioria de seus moradores desumaniza o ser, na medida em que transforma a maioria em favelados sem rumo e sem norte.

Para os urbanistas, um caso sem solução a curto e médio prazo e, talvez no longo prazo.

Nessas horas, fica evidente que precisaremos de outra vida para poder vivenciar a melhora das cidades e o que dirá da sua versão gigante:

A Metrópole.

É nessas horas também, que a imagem, não projeta o desejo, mas sim o lugar de onde vieram a maioria dos fugidos “LÁ “, na tentativa de possibilitar uma vida de possibilidades no “CÁ”.

Na sociedade brasileira, a escravidão, ainda é um sistema, que de forma inconsciente, nos define socialmente; a não superação deste dilema traz conseqüências terríveis para as Metrópoles e, indubitavelmente transmuta o “CÁ” no LÁ”.

O que são as favelas? E as periferias da metrópole de São Paulo e Brasil?:

A reprodução da opressão, onde impera a lei do mais forte, ou seja, a cidade materializa o passado no presente abortando o futuro das novas gerações.

Aos nossos olhos o cenário pretérito se escamoteia no poder, no dinheiro, na posição social, atingindo irremediavelmente seus habitantes, destituindo democraticamente a felicidade de todos.

O viver na cidade, cada vez mais é uma progressão de custos, que afastam cada vez mais o ideal de felicidade; a vivência é cerceada pelas construções, pelo asfalto, pelo trânsito, pela violência, pelo concreto, dominando a configuração aterradora da cidade grande.

Na nossa mente existem duas cidades, uma do desejo e a outra que espelha o passado: a do desejo quer um lugar para se melhorar a vida, a outra é a que hoje vivemos em São Paulo, uma cidade que espelha o sistema irracional da lógica da exploração irrestrita dos terrenos e dos meios de circulação de mercadorias.

Pelo jeito que a coisa anda, os lucros, almejados pelos políticos e setores empresariais, serão abortados pela urbanização, pois, mesmo eles, os especuladores imobiliários e os políticos serão afetados.

A idéia e a imagem podem parecer velhas, mas os empresários tacanhos, travestidos de liberais, insistem em uma cartilha ideológica onde os interesses empresariais parecem não exercer pressão alguma sobre suas vidas.

Claro que podem, com o dinheiro, ver o caos de cima e construir muros mais altos, ou ainda na demência romântica acreditarem que tudo, pode ser resolvido com mais um desenho urbano capaz de dissolver os constantes engarrafamentos do tráfego, a falta de espaço para escritórios, escolas, habitação e mesmo a falta de espaços para a morte nos cemitérios.

Demência ou romantismo não fazem parte da lógica, logo a solução, deve estar no divã de um psiquiatra.

A impressão é que: estes doentes poderiam ser tratados para pormos um fim na lógica do fracasso urbano e assim melhorar a vida de todos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

meioambientegranjacarolina@gmail.com