São Pedro não é o culpado e nem as preces vão ajudar a afastar o flagelo das enchentes e escorregamentos de terra.
Por se tratar de um processo natural, os órgãos públicos deveriam obrigatoriamente ser capazes de ter um planejamento, a fim de evitar acidentes, identificando as áreas de risco e restringindo a ocupação às áreas viáveis.
A região do empreendimento do Alphaville-Vila Florestal- Reserva Cotia da Gafisa,situada nos municípios de Itapevi e Cotia, está inserida no Domínio da Mata Atlântica no planalto de serras entre 400 m e 1000 m.
A Implantaçãode loteamentos em uma área de topografia com caimentos acentuados e com um solo instável, normalmente provoca processos de assoreamento e erosão pela movimentação de terra devido aos cortes e aterros.
A composição do solo do empreendimento, mais conhecido como “Granja Carolina” é problemática, conforme atesta o histórico da ocupação do loteamento vizinho, Vila Verde (antigo TRANSURB), que demonstra constantes problemas de assoreamento de lagos e nascentes e degradação do sistema interno de escadas hidráulicas .
O solo da região é de composição siltoarenosa , uma vez desprotegido, se desprende com facilidade com a ação das chuvas.
Os cursos d’agua, nascentes, córregos e lagos, sofrem também com o carreamento para o seu leito de materiais construtivos das casas, como areia e brita,armazenados de forma inadequadas e sem proteção.
As águas de chuva, com a enxurradaem terrenos com declividade alta, precisam ser conduzidas via escadas hidráulicas até locais mais baixos, de modo a corrigir e disciplinar o fluxo destas águas, medida técnica preventiva dos processos de carreamento do solo pelas águas.
Logo, a grande movimentação de terra prevista no empreendimento para a área da Granja Carolina, desde a sua implantação, necessitará de mecanismos que possam conter as águas a fim de não esgotar o sistema de absorção natural nas várzeas naturais da cidade de Itapevi e Cotia.
As várzeas naturais, da cidade de Itapevi, responsáveis pela absorção das águas, hoje já estão esgotadas, provocando inundações constantes ao longo do córrego do Ribeirão, Estiva e Barueri Mirim. Com o aumento significativo dos sedimentos, a situação poderá piorar ainda mais, devido a prevista diminuição da capacidade de absorção com o assoreamento das várzeas naturais.
Isto, por si só, constitui em um grave problema ambiental como vemos assistindo nas últimas chuvas de verão de 2010 em inúmeras regiões do país.
Como a declividade e perda de solo estão interligados, quanto maior for a declividade maior também será a velocidade das águas, conseqüentemente, maior será o volume de sólidos carreados devido a força erosiva.
Em alguns lugares, no projeto de ocupaçãode responsabilidade da empresa Alphaville Emprendimentos/Gafisa na região de Coti e Itapevi, a declividade é acentuada, necessitando de rampa e escadas hidráulicas com capacidade de diminuir a velocidade de escoamento, por este estar, correlacionado com os sistemas erosivos do solo.
A área já apresenta problema em alguns pontos como demonstra o próprio Eia-Rima feito pela Alphaville ( segue trecho do Eia-Rima):
“possíveis ocorrências de depósitos de materiais transportados como corpos de tálus e de coluvião; cicatrizes de rupturas e antigos escorregamentos; processos erosivos antigos e atuais; áreas de exposição de solo; afloramentos de rocha; assoreamentos e demais fenomenologias naturais ou decorrentes de ação antrópica.[1]
Por ser cumulativo, e caso apresente caráter persistente, pode atingir córregos e rios da sub-bacia do rio Barueri-Mirim (São João do Barueri) e do rio Cotia, estendendo-se para os municípios.
Nos taludes dos cortes e aterros, os assoreamentos seriam decorrentes de erosões lineares profundas e escorregamentos, tendo caráter localizado nos sistemas de drenagem superficial e generalizado nos talvegues e córregos vizinhos, onde, em função dos volumes de material mobilizado, também provocariam turbidez. As obstruções provocadas criariam novos focos de erosão pelas concentrações de fluxo, e novas instabilidades, tendendo a agravar o processo.
As pilhas de detritos e materiais (descartes ou solo orgânico estocado para os serviços de revegetação) estarão sujeitas às erosões laminar e profunda, com o conseqüente assoreamento de valas, canaletas, caixas hidráulicas e córregos, e eventuais rupturas de taludes.
Trata-se de impacto de natureza negativa, pois representa uma perda para o sistema natural local; e indireto, pois decorre de processos erosivos eventualmente desencadeados.
A duração do impacto é temporária, ocorrendo apenas quando houver chuvas, e se manifesta de forma localizada em alguns pontos críticos do sistema hídrico, restrito aos elementos hidráulicos do sistema de drenagem superficial ou cursos d’água.
É reversível, pois com a adoção das medidas de controle, o impacto deixa de ocorrer; pelo seu caráter cumulativo, pode se estender por médio e longo prazos, caso não seja controlado.
Devido à extensão e distâncias envolvidas e ao fato das obras potencializarem valores elevados de mobilização de sólidos, sua magnitude e relevância são médias.
A significância, porém, é baixa para o meio ambiente físico, visto que se restringe a pontos isolados do sistema hídrico, podendo facilmente ser controlado pela adoção de práticas de minimização do transporte de sólidos para o corpo hídrico durante as obras.
As medidas mitigadoras indicadas compreendem a construção e manutenção de sistemas de drenagem superficial, monitoramento dos recursos hídricos superficiais e do comportamento do lençol freático (variações do nível da água, surgências e concentração de umidade) detalhadas no Programa de Controle e Monitoramento Ambiental das Obras.
Durante a operação, pode ocorrer o assoreamento de canaletas, caixas hidráulicas e drenagens, como conseqüência de eventuais processos erosivos e escorregamentos de cortes em solo e aterros.
Esse impacto estará relacionado aos processos erosivos e, portanto, será localizado, restringindo-se aos elementos hidráulicos dos sistemas de drenagem superficial. Eventualmente, caso atinja os talvegues e córregos da AID, terá caráter disperso, mas os volumes de material mobilizado serão pouco significativos.[2]”
Todo este processo de degradação ambiental será agravado com a supressão de 37,5 ha de matas em estágio inicial e de 16,4 ha de matas mais evoluídas resultando na formação de um grande volume de material vegetal de proteção do solo retirado do empreendimento na Granja Carolina ( Projeto Vila Florestal- Reserva Cotia da empresa Alphaville Urbanismo - Gafisa situado nos municípios de Cotia e Itapevi).[3]
[1]EIA Projeto Vila Florestal – Reserva Cotia Capítulo 4 – Meio Físico l 23
[2]EIA Projeto Vila Florestal – Reserva Cotia Capítulo 6 l16
[3]EIA Projeto Vila Florestal – Reserva Cotia Capítulo 6 l25
Vocês prestaram atenção estes dias ao que ocorreu em Itapevi?
Falo do desmoronamento de grande trecho de uma estrada que liga a cidade à Castelo Branco.
O motivo, quase nada divulgado até hoje, foi o desmate criminoso em topo de morro, o que deveria ser rigorosamente proibido, coibido, fiscalizado, etc....
De um local alto, próximo de onde moro, vi esse crime ser cometido em pouquíssimo tempo e já imaginava que algo de ruim poderia acontecer.
O desmate aconteceu em um ponto exatamente acima ao do desmoronamento!!!!! Tenho prestado atenção aos noticiários e, apenas hoje, no jornal Bom Dia SP da globo, um repórter chamou atenção para o topo do morro.
Só pra lembrar: Grande parte da Granja Carolina está em Itapevi.
Mais um crime, mais falta de respeito às leis, mais impunidade.
Querem destruir a Granja Viana, não podemos deixar destruir a Granja Carolina
Compreenderos desafios do século XXI é nãodar as costas para o futuro do planeta e não repetir os erros ambientais do passado.
Parar de fingir que faz e o outro fingir que acredita.
Precisamos de projetos que: respeitem o meio ambiente, tenham espaços de praças e calçadas, ruas com diferentes usos sem criar guetos, respeitem a comunidade que ali já mora, tenham ciclovias integradas com a circulação local, respeitem a conectividade de fauna e flora na macro região, tenham projeto viário de bairro e não de circulação de mercadoria e tenham ruas arborizadas.
Eu ainda não tenho idade para votar. Nem mesmo me ouvem com atenção, mas estou muito preocupada com o planeta que vão me deixar. Eu, Carolina menina, vejo muitos fazendo NADAS pra melhorar o planeta que vão me deixar. Sei que sou a Carolina, aquela que meu avô Celso, um dia homenageou. O tempo dele era outro, tempo de conquista, tempo de injustiça, que ele mesmo fez, eu bem sei.
Mas eu, quando crescer, não quero ser mais um NADA, dos muitos que o mundo já tem.
Assim espero que este nome, inspire infância e alegria de criança.
Quero ser CAROLINA.
Vocês prestaram atenção estes dias ao que ocorreu em Itapevi?
ResponderExcluirFalo do desmoronamento de grande trecho de uma estrada que liga a cidade à Castelo Branco.
O motivo, quase nada divulgado até hoje, foi o desmate criminoso em topo de morro, o que deveria ser rigorosamente proibido, coibido, fiscalizado, etc....
De um local alto, próximo de onde moro, vi esse crime ser cometido em pouquíssimo tempo e já imaginava que algo de ruim poderia acontecer.
O desmate aconteceu em um ponto exatamente acima ao do desmoronamento!!!!!
Tenho prestado atenção aos noticiários e, apenas hoje, no jornal Bom Dia SP da globo, um repórter chamou atenção para o topo do morro.
Só pra lembrar: Grande parte da Granja Carolina está em Itapevi.
Mais um crime, mais falta de respeito às leis, mais impunidade.
Mário.
Ola Pessoal ao ler seus relatos informativos aprendo. É bom ter pessoas como vcs.
ResponderExcluirRodolpho Mello