quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Em pé de guerra


Ações guerreiras de índios a cara pálidas, brasileiros preocupados com obras que não estão respeitando os rituais da precaução necessários e exigidos por LEI na aprovação de projetos que impactarão de forma definitiva o modo de vida das pessoas e ambientes naturais. Ritual fundamental para os habitantes que ali vivem e indispensáveis nas civilizações ditas civilizadas.

As atuais “mobilizações guerreiras” por parte dos habitantes “nativos”, estão sendo tratadas pelos órgãos públicos e empresários como “atitudes radicais de confronto”, pois o único comportamento admissível é o de se conformar, todos deveriam se resignar por convicção ou para acreditar nas promessas divinas que as obras têm dificuldade de contabilizar em suas planilhas de custos.

No interior do processo divinatório se aninha um acúmulo de transgressões, cuja única justificativa se respalda na pressa. As presumíveis vantagens duradouras, as quais, pouco tem a ver com a democracia, precaução ambiental e sustentabilidade, expõem uma negação do direito das populações que ali moram e de seus descendentes, existentes na Constituição Federal, Leis Normativas de amplitude Ambiental e Cultural e do Código Civil.

Por um motivo ou outro, índios e caras pálidas estão vivenciando um processo de desconhecimento destes direitos por parte de empresários e governantes. A falta de conhecimento e desrespeito rotineiro às leis por parte daqueles que deveriam ser os primeiros a aplicá-las nos prende de forma imponderável a linha do eterno SUBDESENVOLVIMENTO.

“Desenvolvimento” passa pelo respeito aos modos e costume de vida que fundamentalmente deve zelar pelos direitos já conquistados, agir com justiça é agir com precaução e respeito ao seu próprio povo. Sem isto, estamos caminhando em direção ao pântano, onde, princípios de cautela, base para conter exageros de todos os lados, são deixados de lado e cedem passagem para a ineficiência generalizada.

O Ritual, se respeitado fosse, teria ações corretivas de prudência a fim de evitar injustiças e despesas desnecessárias.

Hoje, os injustiçados e desqualificados por obras que não adquiriram no projeto a capacidade indispensáveis de sustentabilidade, estão gerando muitos dos conflitos que seriam evitados se as pessoas que ali já vivem fossem tratadas como pessoas.

Um processo positivo evitaria reuniões desnecessárias, batalhas e a energia da “guerra” seria aproveitada na melhoria das relações de confiança entre os órgãos públicos, empreendedores e nós os pagadores de impostos.

Entretanto a mera liberalidade do processo atual, além de não avançar para quebrar uma barreira histórica, pouco afeita a obediência às regras, vem piorando a relação de confiança entre as partes.

Por isto a nação guerreira, de cidadãos responsáveis, está em pé de guerra, onde índios protestam pedindo para: “Deixem o rio quieto em seu leito e sem barragem” e caras pálidas protestam na Granja Viana por não terem sido ouvidos e por não aceitarem decisões irresponsáveis de aprovação de uma obra que nem se quer levou em conta que pertencia à bacia do Baixo Cotia, de onde 490 mil pessoas dependem desta água para beber.

Pareceres favoráveis de burocratas de plantão, são meros papeis autoritários do ritual mítico da lógica onde os fins justificam os meios.

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