terça-feira, 27 de julho de 2010

Quem Somos e para onde vamos.

Somos brasileiros com ginga e samba no pé.

Alguns sabem dançar, outros nem tanto, a grande maioria é simpática e amigável, sem medo de ser feliz.

Puxa tantas qualidades, mas onde estão os defeitos que também saltam aos olhos dos outros.

Temos uma enorme dificuldade de aceitar limites, esta falta de limites nos torna renitentes a normas e leis.

Como nesta cantinela alguns são mais iguais que outros, a injustiça rola solta, com música, ginga e samba.

Não importa olhar para frente, pois para frente só olha quem sabe de seus defeitos e quer melhorar.

Sempre olhamos para trás, repetindo erros, arranjando desculpas para continuarmos sem limites.

Neste ritmo, alguns enxugam gelo e desanimam, pois vêem diariamente o errado parecer certo e o certo parecer errado.

Dificuldades de criança de jardim da infância, pois as regras são importantes para a convivência, claro que sem exagero para não perderemos a ginga e nem o samba.

Deve ser por este motivo que somos também um país individualista, não moramos em nenhum bairro, em nenhuma cidade e sempre achamos que o lado de lá é melhor que o daqui.

Brasileiros e Brasileiras, precisamos fazer um esforço coletivo para sairmos da primeira infância e entender que está surgindo a era do planeta.

Somos competentes, criativos e alegres, mas precisamos deixar de: cada um sair defendendo o seu, sem avaliar as conseqüências, fazendo valer a vontade da criança mais birrenta.

Estamos na iminência de vivermos a máxima de birra polarizadora com a alteração do Código Florestal e negarmos os necessários desafios de alterações de paradigmas em prol da melhoria e transformações qualitativas da produção agrícola brasileira.

Neste absurdo serve desqualificar entidades e pareceres competentes de brasileiros que contribuem para a melhoria do futuro e não repetir o passado.

São pareceres de cientistas e promotores do Ministério Público, especialistas na defesa do patrimônio coletivo, bem da sociedade.

O Conselho Nacional dos Procuradores Gerais do Ministério Público dos Estados e da União (CNPG) emitiu parecer desfavorável as alterações propostas no Código Florestal:

Para o CNPG, o debate está “polarizado entre agricultura versus meio ambiente” quando, na verdade, deveria propor políticas públicas que garantam o equilíbrio entre o meio ambiente e a agricultura.

Os projetos questionados pelo CNPG buscam mudanças profundas no Código Florestal, na lei de Crimes Ambientais e na lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Dentre as principais alterações, estão a redução da porcentagem das áreas de reserva legal, de preservação permanente (como as matas ciliares); a flexibilização do uso da reserva legal; o perdão de dívidas ambientais e a regionalização da fiscalização e do controle ambiental, que passariam para municípios e estados. No entendimento do Ministério Público, as propostas pretendem unicamente desfigurar o Código Florestal em detrimento de interesses de determinados grupos econômicos. “As mudanças contrariam totalmente a noção de sustentabilidade, do meio ambiente ecologicamente equilibrado como base de sustentação para a agricultura”, diz o presidente do CNPG, procurador-geral de Justiça Olympio de Sá Sotto Maior Neto, do Ministério Público do Paraná. “Considerando o cenário nacional e internacional, em que se discute maior proteção e reversão dos cenários críticos de devastação, não há como se permitir a alteração da legislação com vistas à diminuição da proteção”, afirma.

O coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Proteção do Meio Ambiente do Paraná, procurador de Justiça Saint-Clair Honorato Santos – representante do Ministério Público brasileiro no Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA – afirma que, além de implicar em prejuízo direto para a questão ambiental e para o desenvolvimento de programas de agricultura sustentável, a aprovação dos projetos questionados pelo CNPG deve resultar em problemas sérios para as cidades. “A preservação das matas ciliares e das áreas de encostas de morros está diretamente ligada à questão do zoneamento urbano. Já enfrentamos hoje enchentes e desabamentos pela ocupação irregular nesses sistemas. Se esses projetos de lei forem aprovados, o volume de tragédias nesse sentido poderá aumentar”, diz Saint-Clair.

O procurador também é um dos autores da nota técnica que serviu de base para a moção do CNPG. No documento, que segue em anexo, estão elencadas todas as consequências negativas que a aprovação das PECs deve representar para o meio ambiente, agricultura, centros urbanos, para a saúde e o bem estar da população. A nota também foi elaborada pela promotora de Justiça Sheila Cavalcante Pitombeira, presidente do Conselho Nacional dos Centros de Apoio Operacional de Urbanismo e Meio Ambiente (CONCAUMA), órgão colegiado que reúne os Centros de Apoio Operacionais de Urbanismo e Meio Ambiente do Ministério Público Estadual Brasileiro para promoção de ações de defesa e de preservação do meio ambiente e urbanismo. “

Fonte: http://www.cnpg.org.br

Mesmo assim, nossos ilustres birrentos continuam a se jogar no chão, vamos esperar para depois das eleições e saber se mais uma vez vamos deixar o errado ser certo e o certo ser errado.


domingo, 18 de julho de 2010

ACORDE BRASIL

A destruição ambiental, prevista na hecatombe que ocorrerá, com a aprovação da proposta para o novo código florestal, só vai aprofundar o cenário do ter sobre o ser, quando um homem domina o outro por meio do conhecimento dos métodos de convencimento como os poderosos meios de comunicação.

Para assumir uma posição legítima, a propaganda, o marketing e outras ferramentas de venda de imagens e idéias, são usadas de forma direta ou indireta, para impingir os desejos e escamotear interesses de grupos ou indivíduos.

A produção direcionada, feita sob encomenda, de uma maneira geral, se afasta da qualidade cultural, da crítica e do conteúdo, e se aproxima da falta de reflexão e objetiva cada vez mais uma população acomodada e menos preparada para administrar seus desejos.

Ser rico e famoso tem enorme sentido simbólico na sociedade, através dele, consegue-se poder e visibilidade perante a sociedade e se faz a conexão entre os ideais dos dominantes.

A visibilidade proporcionada pela propaganda, abre as portas para o poder simbólico do dinheiro, necessário para a manipulação dos pensamentos individuais e coletivos.

Possuir acesso a mídia é se transformar em próprio capital, ainda que não se deseje ser proprietário do meio de comunicação, políticos, “artistas” e atletas conhecem as conseqüências deste poder.

Na sociedade brasileira, figuras que deveriam cuidar do bem comum e serem referencia e modelo para honestidade e pela preservação da moral, fazem infelizmente o contrário, dominados pelo poder econômico cedem suas imagens em detrimento da ética, do conviver coletivo e da qualidade de vida.

Enfim, estamos nos deixando domesticar e aceitamos as coisas como nos impõem, não enxergarmos como poderiam ser e a cada dia estamos nos tornando em seres impotentes para defender nossos sonhos interiores.

A falta de julgamento facilita o acesso à novidade, disfarçando conteúdos e objetivos únicos fazendo-os sempre parecerem diferentes, de forma a deixar o consumidor satisfeito. Você agora só vale por aquilo que compra ou pode comprar, para isto o Marketing surge como instrumento para atender aos seus desejos. Ser rico e famoso, ter objetos e aparência que dificultem o julgamento objetivo.

O Marketing é a ferramenta para adaptar tudo a uma “realidade fabricada” para alargar o poder do produto redesenhado, dificultando o reconhecimento real de maneira a facilitar o convencimento.

Neste jogo de poder do objeto, vale enaltecer a própria imagem, porém também o de desfigurar a imagem do adversário, assim:

Mata-se a boa música, o bom livro, a boa exposição, os bons artistas e o meio ambiente.

Gente acorda?

Está na hora de ler um bom livro, assistir a um bom filme, ir a boas exposições e dar espaço para bons atores fazerem bons espetáculos, e deixar de fazer só o que o marketing manda.

Educação é uma ação emergencial, mas a cultura é preventiva e a arte fundamental, sob a influência do marketing, a ciência controladora da vontade, a sociedade atrofiou o prazer de existir, estimulada pela utopia do possuir.

O absurdo modelo aprofunda a criminalidade e delinqüência da maioria da população carente brasileira, com famílias em frangalhos, escolas públicas abandonadas, estado falho e a destruição cultural.

Podemos imaginar como será o Brasil após a modificação do Código Florestal?

Claro, se a índole destruidora dos defensores da manutenção do modelo de exploração da natureza se confirmar após o breve descanso do período eleitoral.

Mas tal não acontecerá se, como esperam todos aqueles que querem colaborar com o processo de depuração global ora em andamento, ficarem atentos aos candidatos de ficha limpa de toda a espécie, começando pela ambiental até a ficha criminal.

Os ambientalistas deixaram de lado sua linguagem ingênua, mas o resto do mundo não. Dos cantos do mundo todos convergiram para o Marketing, com expressões de “desenvolvimento” de “ecologia” e “turismo”.

Ora, sejamos objetivos, sejamos honestos. O mundo implodirá de vez se forem mantidas as portas fechadas para alteração deste modelo de sociedade de consumo e são poucas as pessoas empenhadas em entender o imenso campo minado em que se transformou o planeta em todos às áreas para atender a um único objetivo: O do Mercado.

Os esforços feitos até agora para reduzir o perigo, só fizeram baixar um pouco o patamar da velocidade de destruição.

Nada, além disso.

A indiferença e o aperfeiçoamento do arsenal de destruição, com absoluta nitidez passa pela destruição ambiental e destruição cultural.

Mais uma vez, a sociedade brasileira colherá o que semear.

Se deixarmos esta discussão para depois das eleições, corremos o risco de termos “representantes” que podem aumentar a destruição e mais uma vez enveredaremos pelos caminhos sem volta, como já o fizemos em outros momentos da nossa história.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Um NEANDERTAL entre nós e o Código Florestal

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Embora a seleção artificial seja considerada um mecanismo de evolução, promovida pelo homem, numa seleção direcionada através da genética, objetivando determinados resultados para a variação de “linhagens”, os biólogos diferenciam "linhagem" de "raça"; atribuindo à linhagem o resultado da seleção artificial e à raça os resultados da seleção natural.

Esta diferenciação se justifica pelo fato da raça, incorporar características bastante heterogêneas além de fatores geográficos; já as linhagens, devido aos processos seletivos provocados pelo homem, objetivam resultados homogêneos.

Se, observarmos a evolução natural dos hominídeos modernos, somos o resultado de padrões impressos no DNA e comportamentais adquiridos. Os padrões comportamentais são advindos do sistema cultural, de produção de alimento e geração de energia, passados de geração a geração através do comportamento apreendido determinado pela seleção natural.

As informações hereditárias, segundo pesquisas recentes, seriam uma contribuição da natureza (genes) e de aprendizado (cultural); entretanto, os fatores culturais seriam capazes de provocar variações na leitura do gene sem modificar o código de DNA.

O padrão codificado por um determinado gene, possuiria controles similares aos das imagens de TV: alteração de brilho, cor, intensidade ou contraste. Estudos de síntese de proteínas revelaram que, pode-se criar mais de duas mil variações de proteínas a partir de um mesmo padrão genético.

Com isto, os estudos atuais, repudiam o determinismo genético, crença de que os genes determinam os fenótipos físicos e comportamentais, embora seja bem estabelecido que a maior parte da variabilidade fenotípica seja fortemente influenciada por genes, é evidente que o ambiente também desempenha um papel importante.

Podemos refletir então para alem das verdades do nosso DNA, passado por meio dos genes, e afirmar que podemos controlar nosso destino, o DNA está sujeito a alterações do meio ambiente e somos influenciados por ele.

As mais recentes investigações do genoma do hominídeo NEANDERTAL, uma forma humana que morreu há cerca de 30.000 anos, indicam que suas marcas foram deixadas no genoma de alguns seres humanos modernos.

O HOMEM de NEANDERTAL teria sido um caçador puro que cruzou com os homens modernos. Estudos comparativos, da seqüência genética entre o hominídeo extinto e os atuais permitiram descobrir onde estes se diferenciam e onde se aproximam do homem atual.
[1]

Segundo os cálculos dos pesquisadores, entre um e quatro por cento do DNA de muitos seres humanos que vivem hoje é originária do NEANDERTAL, pois coabitaram o mesmo espaço, onde hoje fica a atual Europa.

Para efeitos de análise, os pesquisadores também seqüenciaram os atuais genomas humanos da Europa, Ásia e África, e os compararam com os do NEANDERTAL. Curiosamente descobriram que: os NEANDERTAIS demonstram possuir uma relação maior com os Homens modernos.

Logo, somos resultado do cruzamento do NEANDERTAL e HOMO SAPIENS, o que nos força a refletir sobre a extinção do primeiro, num momento importante para o homem atual. Estamos prestes a romper a barreira da evolução seletiva imposta pela natureza, e não muito preparados para enfrentarmos uma evolução genética-cultural, algo entre evolução natural e artificial provocada por nós.

Os hominídeos atuais, numa combinação de ganância e sobrevivência, promovem riscos, com conseqüências graves de todas as ordens que poderão anular as chances de redução dos efeitos devastadores sobre o planeta com o descontrole ambiental.

Como cada hominídeo sobrevive com aquilo que tem e sabe fazer, é de se esperar que muitos bilhões morrerão com as alterações ambientais, aumento do nível do mar, redução das áreas de produção agrícola e aumento da temperatura.

Numericamente somos muitos, a disputar o mesmo planeta com um padrão cultural de ganância e a enfrentar a seleção natural provocada pelas oscilações extremas do clima. Podemos imaginar que serão muitas as ondas migratórias, as alterações ambientais e os desafios de sobrevivência.

Fazendo uma reflexão sobre a nossa parte NEANDERTAL, poderemos mais uma vez estar equivocados na estratégia de sobrevivência, quando em competição com o HOMO SAPIENS acabaram extintos. Provavelmente, fizeram usos equivocados de estratégia de sobrevivência, o que os levou a extinção, logo: muitos hominídeos atuais, agindo como caçadores vorazes em busca da sobrevivência, desprezando a parte racional e lógica, podem caminhar para o mesmo fim.

Na luta entre músculos e cérebro, mas uma coisa é certa, teremos que fazer uma parceria que implique em mudança de comportamento, e isto requer inteligência e não músculo.

Mesmo assim, as dúvidas são muitas, e todas recaem sobre a capacidade de gerenciar e administrar uma evolução gene-cultural mantendo o equilíbrio com ampla riqueza ambiental.

Com tantas incertezas, parece que não somos capazes de parar a evolução artificial a que nos impomos, modificando continuamente o planeta e afetando a seleção natural.

Sabidamente alguns sobreviverão à seleção induzida culturalmente, que mais uma vez não contará com a solidariedade de vizinhos, já que o cenário é de competição, onde não faltará fome, tensões internacionais, terrorismo, instabilidade política, econômica, extinção de grande parte das espécies animais e vegetais.

A novidade é que a seleção ambiental dos hominídeos do futuro será induzida pela tecnologia e cultura humana do presente. Assim poderemos ser capazes de alterar racionalmente o futuro se agirmos de maneira racional o suficiente”.[2]

Poderemos competir com os universos dos micróbios, ou valeria mais a pena alterar o comportamento cultural de esgotar os recursos e seguir adiante?

As respostas a estas questões não passam certamente pela fantasia única de riqueza econômica e desenvolvimento de musculaturas, base do modelo atual capaz de minar qualquer aferição cuidadosa na busca na direção inteligente e realista.

Parece que muitos preferem apostar na estratégia NEANDERTAL, de músculos sobre a inteligência do Homo Sapiens.

Nós Brasileiros, temos um representante da linhagem NEANDERTAL de fazer inveja a qualquer EUROPEU, já que os neandertais se encontram extintos por lá.

Por aqui chegaram com a expansão marítima e proliferaram, aprenderam a ler, escrever e cultivar, agora estão querendo eliminar de vez o HOMO SAPIENS.

"Dominando a política e fazendo projetos de larga destruição."

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[1] Pesquisadores do Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology em Leipzig apresentam um primeiro rascunho da seqüência do genoma do Neandertal. (Science, 07 maio de 2010)

[2] Revista Scientific American Brasil – Singularidade Humana e o Futuro – Lawrence M. Krauss – pag 21 junho 2010