Somos brasileiros com ginga e samba no pé.
Alguns sabem dançar, outros nem tanto, a grande maioria é simpática e amigável, sem medo de ser feliz.
Puxa tantas qualidades, mas onde estão os defeitos que também saltam aos olhos dos outros.
Temos uma enorme dificuldade de aceitar limites, esta falta de limites nos torna renitentes a normas e leis.
Como nesta cantinela alguns são mais iguais que outros, a injustiça rola solta, com música, ginga e samba.
Não importa olhar para frente, pois para frente só olha quem sabe de seus defeitos e quer melhorar.
Sempre olhamos para trás, repetindo erros, arranjando desculpas para continuarmos sem limites.
Neste ritmo, alguns enxugam gelo e desanimam, pois vêem diariamente o errado parecer certo e o certo parecer errado.
Dificuldades de criança de jardim da infância, pois as regras são importantes para a convivência, claro que sem exagero para não perderemos a ginga e nem o samba.
Deve ser por este motivo que somos também um país individualista, não moramos em nenhum bairro, em nenhuma cidade e sempre achamos que o lado de lá é melhor que o daqui.
Brasileiros e Brasileiras, precisamos fazer um esforço coletivo para sairmos da primeira infância e entender que está surgindo a era do planeta.
Somos competentes, criativos e alegres, mas precisamos deixar de: cada um sair defendendo o seu, sem avaliar as conseqüências, fazendo valer a vontade da criança mais birrenta.
Estamos na iminência de vivermos a máxima de birra polarizadora com a alteração do Código Florestal e negarmos os necessários desafios de alterações de paradigmas em prol da melhoria e transformações qualitativas da produção agrícola brasileira.
Neste absurdo serve desqualificar entidades e pareceres competentes de brasileiros que contribuem para a melhoria do futuro e não repetir o passado.
São pareceres de cientistas e promotores do Ministério Público, especialistas na defesa do patrimônio coletivo, bem da sociedade.
O Conselho Nacional dos Procuradores Gerais do Ministério Público dos Estados e da União (CNPG) emitiu parecer desfavorável as alterações propostas no Código Florestal:
“ Para o CNPG, o debate está “polarizado entre agricultura versus meio ambiente” quando, na verdade, deveria propor políticas públicas que garantam o equilíbrio entre o meio ambiente e a agricultura.
Os projetos questionados pelo CNPG buscam mudanças profundas no Código Florestal, na lei de Crimes Ambientais e na lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Dentre as principais alterações, estão a redução da porcentagem das áreas de reserva legal, de preservação permanente (como as matas ciliares); a flexibilização do uso da reserva legal; o perdão de dívidas ambientais e a regionalização da fiscalização e do controle ambiental, que passariam para municípios e estados. No entendimento do Ministério Público, as propostas pretendem unicamente desfigurar o Código Florestal em detrimento de interesses de determinados grupos econômicos. “As mudanças contrariam totalmente a noção de sustentabilidade, do meio ambiente ecologicamente equilibrado como base de sustentação para a agricultura”, diz o presidente do CNPG, procurador-geral de Justiça Olympio de Sá Sotto Maior Neto, do Ministério Público do Paraná. “Considerando o cenário nacional e internacional, em que se discute maior proteção e reversão dos cenários críticos de devastação, não há como se permitir a alteração da legislação com vistas à diminuição da proteção”, afirma.
O coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Proteção do Meio Ambiente do Paraná, procurador de Justiça Saint-Clair Honorato Santos – representante do Ministério Público brasileiro no Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA – afirma que, além de implicar em prejuízo direto para a questão ambiental e para o desenvolvimento de programas de agricultura sustentável, a aprovação dos projetos questionados pelo CNPG deve resultar em problemas sérios para as cidades. “A preservação das matas ciliares e das áreas de encostas de morros está diretamente ligada à questão do zoneamento urbano. Já enfrentamos hoje enchentes e desabamentos pela ocupação irregular nesses sistemas. Se esses projetos de lei forem aprovados, o volume de tragédias nesse sentido poderá aumentar”, diz Saint-Clair.
O procurador também é um dos autores da nota técnica que serviu de base para a moção do CNPG. No documento, que segue em anexo, estão elencadas todas as consequências negativas que a aprovação das PECs deve representar para o meio ambiente, agricultura, centros urbanos, para a saúde e o bem estar da população. A nota também foi elaborada pela promotora de Justiça Sheila Cavalcante Pitombeira, presidente do Conselho Nacional dos Centros de Apoio Operacional de Urbanismo e Meio Ambiente (CONCAUMA), órgão colegiado que reúne os Centros de Apoio Operacionais de Urbanismo e Meio Ambiente do Ministério Público Estadual Brasileiro para promoção de ações de defesa e de preservação do meio ambiente e urbanismo. “
Fonte: http://www.cnpg.org.br
Mesmo assim, nossos ilustres birrentos continuam a se jogar no chão, vamos esperar para depois das eleições e saber se mais uma vez vamos deixar o errado ser certo e o certo ser errado.