O Jardim Japão é um bairro pobre, na altura do Km 53 da Bunjiro Nakao, cercado de muitas áreas de mata, na encosta do rio Sorocamirim, na divisa entre Cotia e Ibiúna, isolado do município com a emancipação de Vargem Grande. Em meio a este cenário, dois jovens resolveram agitar a comunidade para fazê-la refletir sobre os problemas locais e questões políticas e ambiental.
O início foi a montagem de um grupo de rap e hip-hop, com apresentações na rua da “união dos locos”. Após um pequeno estranhamento inicial, logo a comunidade adotou e apoiou estes jovens ativistas, Marcelo e Anderson, e as apresentações se transformaram em um Festival Cultural que ocorre todo ano, em setembro.
De lá para cá, três anos se passaram, junto com Fernanda, o grupo fundou a ONG, ergueram a sede do movimento “Autonomia Libertária”, onde funciona a biblioteca comunitária, depois, a esta anexaram o centro cultural. Todas as construções foram feitas com tecnologias sustentáveis, como paredes de garrafas PET e pau a pique, chão com “palets”, banheiro seco e tratamento de águas por meio de canteiro de evaporação.
Sempre mantendo a música como um dos eixos de seu trabalho com foco cultural e ambiental, promovem cursos de instrumentos musicais, capoeira, oficinas, palestras, exibição de vídeos. Desenvolvem várias atividades junto à comunidade, como uma horta comunitária em parceria com a escola local, o plantio de mudas de árvores nativas, coleta e distribuição de alimentos para entidades beneficentes.
Há um ano, com Vermelho e Vagner, formaram a Cooperativa de coleta de lixo reciclável como forma de conseguir uma renda e também conscientizar a população. Espalharam pelo bairro grandes sacolas para depósito dos materiais pelos moradores que eram recolhidas na camioneta adaptada num velho chevete. Durante a coleta eles propagavam mensagens conscientizando a população sobre o excesso de consumo e o lixo.
O projeto ia de vento em popa, somente no ano passado, os quatro recolheram, e ao relento, separaram e destinaram à reciclagem uma tonelada de lixo. Agora, a coleta agora está prejudicada, o trabalho para recolher aumentou muito e o material reciclável se acumula nas ruas e esquinas.
Mas, ao contrario do que talvez se esperasse, esse evento negativo não intimidou essa iniciativa, mas fomentou ainda mais a união e solidariedade da comunidade e, com grande adesão, estão levantando dinheiro para a reforma do veículo através de doações e da organização de um bingo.
Perguntamos a quem incomoda tanto que a comunidade se organize, aumente sua união, promova e valorize a cultura local, conscientize-se e procure soluções para seus problemas e para questões ambientais?
Aqueles que quiserem se solidarizar ou colaborar com a campanha pelo novo veículo podem entrar em contato com a ONG pelo
email: andersona369@gmail.com .